As intervenções em saúde pública visam a redução da morbidade e mortalidade, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida. A complexidade das ações com estes objetivos é composta de várias etapas, começando pela caracterização dos problemas existentes, passando pelo estabelecimento de prioridades, a otimização do uso dos recursos disponíveis e finalmente a vigilância permanente para manter o estágio de controle atingido. Além da avaliação dos instrumentos de intervenção, os profissionais de saúde confrontando-se, também, com opções de ações que privilegiam a proteção de indivíduos e, alternativamente, a proteção de populações. Nem todas as consequências de cada uma destas estratégias são desejáveis. Por exemplo, a proteção de recém-nascidos por anticorpos maternos pode ser inferior caso a mãe tenha sido imunizada quando comparada à proteção que se segue à exposição da mãe à infecção natural. A pressão evolucionária da vacinação poderia produzir mutantes mais virulentos. Vacinas compostas de antígenos grupo-específicos, com menor eficácia, mas de aplicação mais genérica, quando comparadas com antígenos de cepas específicas poderiam produzir menor proteção para os indivíduos, mas serem mais protetoras em geral para a população. Vacinas de baixa eficácia e longa duração podem produzir efeitos globais a nível populacional comparáveis aos de uma eficácia com duração mais curta. Outras limitações poderiam ser simplesmente objetivos inatingíveis como a eliminação ou erradicação da transmissão. A integração dos desenvolvimentos metodológicos oriundos dos diversos domínios do conhecimento é fundamental para formar a base sobre a qual se apoiarão decisões relativas ao controle de endemias e epidemias